Servidores são exonerados após Operação Nêmesis da Polícia Federal
Alan Rickson Andrade de Araújo, um dos servidores alvo de buscas durante a Operação Nêmesis, tinha um salário de quase 30 mil como assessor de estruturação de parcerias e concessões, dentro da Secretaria de Parcerias e Investimentos. A exoneração dele do cargo foi publicada no Diário Oficial de quarta-feira (12).
A operação apura denúncia contra o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) e outros nomes ligados a ele pela possível prática de embaraço às investigações sobre o desvio de recursos públicos com a compra de cestas básicas durante a pandemia.
Alan informou que não é alvo da operação e nos últimos meses tem sido “alvo de ataques anônimos e divulgações falsas”. Ele ainda disse que não participou ou compactuou com qualquer ação que desrespeitasse os princípios que regem o serviço público (veja nota completa abaixo).
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Conforme dados obtidos no portal da transparência do Governo do Estado nesta quinta-feira (13), Alan Rickson é concursado desde maio de 2005 como analista em tecnologia da informação. Em 14 de março deste ano, foi nomeado para o cargo de provimento em comissão da Secretaria de Parcerias e Investimentos.
No mês de julho de 2025, o total de rendimentos do servidor chegou a R$ 28,1 mil bruto, e líquido ele recebeu R$ 17,4 mil. No mês de agosto, o salário passou de R$ 26 mil bruto, e líquido, R$ 15,9 mil.
Em setembro, com adicional de férias, o rendimento bruto passou de R$ 34 mil e, com os descontos, recebeu do Estado R$ R$ 21,7 mil. Já em outubro, o total de rendimentos do servidor chegou a R$ 46,4 mil bruto por causa do 13º salário. O valor líquido totalizou R$ 32.356,46.
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Agentes da PF durante cumprimento de mandado de busca na Operação Nêmesis
Polícia Federal/Divulgação
Investigação
Segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que na quarta-feira autorizou novos cumprimentos de mandados de busca e apreensão, Alan seria informante do advogado Thomas Jefferson, ex-secretário de Parcerias e Investimentos. Thomas é apontado pela polícia como responsável por atrapalhar as investigações da Operação Fames-19 e supostamente avisar o governador afastado sobre o cumprimento de mandados no início de setembro.
Outro servidor que também foi exonerado do cargo é Antoniel Pereira do Nascimento. Servidor do município, Antoniel estava cedido à Secretaria Executiva do governador Wanderlei. Para a polícia, há incompatibilidade entre sua remuneração e seu patrimônio declarado. Conforme a decisão, ele tinha vencimentos de pouco mais de R$ 6,3 mil.
A decisão com informações da Polícia Federal aponta que foram encontrados indícios de que ele fez negociações com parentes de Wanderlei e seria a “pessoa interposta”, tendo ajudado a esvaziar a casa da sogra de Wanderlei.
O g1 não conseguiu contato com a defesa dele.
Operação Nêmesis
A Polícia Federal cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins na manhã desta quarta-feira, para investigar a possível prática de embaraço à investigação de desvio de recursos públicos da Covid-19 e emendas parlamentares utilizadas para compra de cestas básicas durante a pandemia.
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início durante a deflagração da 2ª fase da Operação Fames-19, que afastou Wanderlei Barbosa no início de setembro, pelo prazo de 180 dias. A primeira-dama Karynne Sotero Campos, que era secretária extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada. Os dois negam participação nos fatos investigados.
A PF identificou indícios de que alguns investigados teriam se prevalecido de seus cargos e utilizado veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse da investigação. Isso causou embaraço às investigações, que ainda se encontram em curso e tramitam sob sigilo na Corte Especial do STJ.
A assessoria do governador Wanderlei Barbosa informou que durante as buscas desta quarta-feira foram levados celulares e, por enquanto, não vai se manifestar.
Íntegra da nota de Alan Rickson
Em respeito à verdade e à sociedade tocantinense, venho esclarecer que, na manhã desta quarta-feira (12), fui surpreendido com uma medida de busca e apreensão em minha residência, decorrente de uma denúncia anônima que menciona meu nome no contexto de apurações conduzidas pela Polícia Federal.
Ressalto que não sou alvo de investigação e que a diligência foi realizada com base em informações prestadas por terceiros, sem que houvesse qualquer prova de envolvimento meu em atos ilícitos. Durante o cumprimento do mandado, a Polícia Federal agiu com profissionalismo e respeito, tendo apreendido apenas meu celular, o notebook institucional e documentos pessoais — o que demonstra a ausência de qualquer elemento que indique irregularidades.
Sou servidor público efetivo há 20 anos, e há quase 6 anos exerço a mesma função na Secretaria de Parcerias e Investimentos, em uma atividade técnica e estratégica, voltada ao acompanhamento e desenvolvimento de projetos estruturantes do Estado.
Minhas atribuições incluem a realização de reuniões, capacitações e viagens institucionais para acompanhamento de gestores em agendas técnicas e de governança, sempre em conformidade com os princípios da administração pública.
Nos últimos meses, infelizmente, tenho sido alvo de ataques anônimos e divulgações falsas, com o claro intuito de tentar me afastar de uma função que é estritamente técnica e desvinculada de qualquer interesse político. Lamento profundamente que informações inverídicas sejam utilizadas para macular uma trajetória construída com trabalho, zelo e fé.
Também tenho observado que alguns veículos de comunicação têm divulgado o valor do meu salário de forma descontextualizada, sem esclarecer que determinados contracheques incluem valores de 13º salário ou 1/3 de férias, o que pode ser facilmente comprovado no Portal da Transparência. Reforço que todos os meus vencimentos são legais, públicos e compatíveis com o cargo que exerço.
Desconheço integralmente os fatos narrados na denúncia anônima e repudio qualquer insinuação de envolvimento meu em atos ilícitos. Jamais participei, autorizei ou compactuei com qualquer ação que desrespeitasse os princípios que regem o serviço público.
Mantenho-me à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários e confio plenamente na Justiça e em Deus — único conhecedor de toda verdade e de toda justiça.
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Alan Rickson Andrade de Araújo, um dos servidores alvo de buscas durante a Operação Nêmesis, tinha um salário de quase 30 mil como assessor de estruturação de parcerias e concessões, dentro da Secretaria de Parcerias e Investimentos. A exoneração dele do cargo foi publicada no Diário Oficial de quarta-feira (12).
A operação apura denúncia contra o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) e outros nomes ligados a ele pela possível prática de embaraço às investigações sobre o desvio de recursos públicos com a compra de cestas básicas durante a pandemia.
Alan informou que não é alvo da operação e nos últimos meses tem sido “alvo de ataques anônimos e divulgações falsas”. Ele ainda disse que não participou ou compactuou com qualquer ação que desrespeitasse os princípios que regem o serviço público (veja nota completa abaixo).
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Conforme dados obtidos no portal da transparência do Governo do Estado nesta quinta-feira (13), Alan Rickson é concursado desde maio de 2005 como analista em tecnologia da informação. Em 14 de março deste ano, foi nomeado para o cargo de provimento em comissão da Secretaria de Parcerias e Investimentos.
No mês de julho de 2025, o total de rendimentos do servidor chegou a R$ 28,1 mil bruto, e líquido ele recebeu R$ 17,4 mil. No mês de agosto, o salário passou de R$ 26 mil bruto, e líquido, R$ 15,9 mil.
Em setembro, com adicional de férias, o rendimento bruto passou de R$ 34 mil e, com os descontos, recebeu do Estado R$ R$ 21,7 mil. Já em outubro, o total de rendimentos do servidor chegou a R$ 46,4 mil bruto por causa do 13º salário. O valor líquido totalizou R$ 32.356,46.
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Saída às pressas, cofre vazio e celular resetado: PF aponta como governador afastado do TO tentou atrapalhar operação contra desvio de cestas básicas
Agentes da PF durante cumprimento de mandado de busca na Operação Nêmesis
Polícia Federal/Divulgação
Investigação
Segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que na quarta-feira autorizou novos cumprimentos de mandados de busca e apreensão, Alan seria informante do advogado Thomas Jefferson, ex-secretário de Parcerias e Investimentos. Thomas é apontado pela polícia como responsável por atrapalhar as investigações da Operação Fames-19 e supostamente avisar o governador afastado sobre o cumprimento de mandados no início de setembro.
Outro servidor que também foi exonerado do cargo é Antoniel Pereira do Nascimento. Servidor do município, Antoniel estava cedido à Secretaria Executiva do governador Wanderlei. Para a polícia, há incompatibilidade entre sua remuneração e seu patrimônio declarado. Conforme a decisão, ele tinha vencimentos de pouco mais de R$ 6,3 mil.
A decisão com informações da Polícia Federal aponta que foram encontrados indícios de que ele fez negociações com parentes de Wanderlei e seria a “pessoa interposta”, tendo ajudado a esvaziar a casa da sogra de Wanderlei.
O g1 não conseguiu contato com a defesa dele.
Operação Nêmesis
A Polícia Federal cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins na manhã desta quarta-feira, para investigar a possível prática de embaraço à investigação de desvio de recursos públicos da Covid-19 e emendas parlamentares utilizadas para compra de cestas básicas durante a pandemia.
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início durante a deflagração da 2ª fase da Operação Fames-19, que afastou Wanderlei Barbosa no início de setembro, pelo prazo de 180 dias. A primeira-dama Karynne Sotero Campos, que era secretária extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada. Os dois negam participação nos fatos investigados.
A PF identificou indícios de que alguns investigados teriam se prevalecido de seus cargos e utilizado veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse da investigação. Isso causou embaraço às investigações, que ainda se encontram em curso e tramitam sob sigilo na Corte Especial do STJ.
A assessoria do governador Wanderlei Barbosa informou que durante as buscas desta quarta-feira foram levados celulares e, por enquanto, não vai se manifestar.
Íntegra da nota de Alan Rickson
Em respeito à verdade e à sociedade tocantinense, venho esclarecer que, na manhã desta quarta-feira (12), fui surpreendido com uma medida de busca e apreensão em minha residência, decorrente de uma denúncia anônima que menciona meu nome no contexto de apurações conduzidas pela Polícia Federal.
Ressalto que não sou alvo de investigação e que a diligência foi realizada com base em informações prestadas por terceiros, sem que houvesse qualquer prova de envolvimento meu em atos ilícitos. Durante o cumprimento do mandado, a Polícia Federal agiu com profissionalismo e respeito, tendo apreendido apenas meu celular, o notebook institucional e documentos pessoais — o que demonstra a ausência de qualquer elemento que indique irregularidades.
Sou servidor público efetivo há 20 anos, e há quase 6 anos exerço a mesma função na Secretaria de Parcerias e Investimentos, em uma atividade técnica e estratégica, voltada ao acompanhamento e desenvolvimento de projetos estruturantes do Estado.
Minhas atribuições incluem a realização de reuniões, capacitações e viagens institucionais para acompanhamento de gestores em agendas técnicas e de governança, sempre em conformidade com os princípios da administração pública.
Nos últimos meses, infelizmente, tenho sido alvo de ataques anônimos e divulgações falsas, com o claro intuito de tentar me afastar de uma função que é estritamente técnica e desvinculada de qualquer interesse político. Lamento profundamente que informações inverídicas sejam utilizadas para macular uma trajetória construída com trabalho, zelo e fé.
Também tenho observado que alguns veículos de comunicação têm divulgado o valor do meu salário de forma descontextualizada, sem esclarecer que determinados contracheques incluem valores de 13º salário ou 1/3 de férias, o que pode ser facilmente comprovado no Portal da Transparência. Reforço que todos os meus vencimentos são legais, públicos e compatíveis com o cargo que exerço.
Desconheço integralmente os fatos narrados na denúncia anônima e repudio qualquer insinuação de envolvimento meu em atos ilícitos. Jamais participei, autorizei ou compactuei com qualquer ação que desrespeitasse os princípios que regem o serviço público.
Mantenho-me à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários e confio plenamente na Justiça e em Deus — único conhecedor de toda verdade e de toda justiça.
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Fonte: G1 Tocantins
