Wanderelei Barbosa é alvo de operação da PF por suspeita de atrapalhar investigação
A Polícia Federal apura o suposto envolvimento de filhos, esposa, sogra, PMs e aliados de Wanderlei Barbosa (Republicanos) para atrapalhar as investigações sobre o desvio de cestas básicas durante a pandemia. Ao todo, 18 pessoas foram alvos da Operação Nêmesis, realizada nesta quarta-feira (12).
Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins. Os documentos foram expedidos pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell.
Na ação desta quarta-feira, foi investigada a possível prática de embaraço à Operação Fames-19, sobre desvio de recursos públicos e emendas parlamentares utilizadas para compra de cestas básicas durante a Covid–19.
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Governador afastado do TO, Wanderlei Barbosa é alvo da PF por suspeita de atrapalhar investigação sobre desvio de cestas
Polícia Federal investiga se ex-secretário alertou governador do TO sobre operação antes de afastamento determinado pelo STJ
Saída às pressas, cofre vazio e celular resetado: PF aponta como governador afastado do TO tentou atrapalhar operação contra desvio de cestas básicas
Veja abaixo quem são os principais investigados
Wanderlei Barbosa, Karynne Soreto, Cláudia Lélis, Leo Barbosa, Rérison Castro e Thomas Jefferson
Ruraltins/Instagram Karynne Sotero/Dicom Aleto/Sebrae/Republicanos
Wanderlei Barbosa
O governador afastado do Tocantins é investigado por desvio de recursos e cestas básicas que seriam usadas para enfrentar as consequências da Covid-19 no Tocantins. Na época da pandemia, Wanderlei era vice-governador e ficou com a atribuição de cuidar da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas).
Conforme a operação desta quarta-feira, o governador seria o principal beneficiário das supostas ações feitas para atrapalhar a Polícia Federal. Ele teria recebido informações sobre a Fames-19, realizada no dia 3 de setembro, na véspera do cumprimento dos mandados. Isso teria feito com que ele saísse de casa às pressas, deixando um cofre aberto e vazio, comida sobre a mesa, uma televisão ligada e um celular, que, segundo a polícia, foi resetado.
A assessoria do governador afastado afirmou, em nota, que Wanderlei Barbosa recebeu com estranheza mais uma operação da Polícia Federal enquanto espera julgamento de recurso no Supremo Tribunal Federal e “ao mesmo tempo reitera a sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém a sua confiança na Justiça e nas instituições” (veja nota completa abaixo).
Karynne Sotero
Karynne Sotero é flagrada pela câmera de segurança saindo de casa após visita de Thomas Gonçalves
Reprodução/Decisão STJ
A primeira-dama também teria se beneficiado das informações passadas às vésperas da operação da Polícia Federal. Segundo a decisão, ela saiu de casa às pressas junto com o governador e a filha.
Na Fames-19, Karynne foi apontada como integrante do núcleo de agentes políticos do esquema de desvio de recursos públicos. Ela também foi citada por ter sido presidente do Instituto que supostamente falsificou a entrega de cestas básicas. Mesmo depois de deixar o cargo de presidente, ela ainda mantinha as chaves do Instituto em seu poder.
A primeira-dama afirmou que “repele as acusações infundadas de tentativa de embaraço às investigações” e reiterou sua disposição em colaborar com a Justiça (veja nota abaixo).
Thomas Jefferson
Thomas Gonçalves é flagrado pela câmera de segurança ao visitar casa de Wanderlei Barbosa horas antes da Operação Fames-19
Arte g1/Reprodução/Decisão STJ
Thomas é ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, nomeado por Wanderlei Barbosa. Ele é investigado por supostamente alertar o governador sobre a Operação Fames-19 horas antes da Polícia Federal cumprir mandados e afastá-lo do cargo.
Segundo apurado pela PF, na noite do dia 2 de setembro de 2025, Thomas foi pessoalmente à casa do governador e da primeira-dama, Karynne Sotero. Após a visita do ex-secretário, o casal deixou o local às pressas. Thomas foi exonerado no dia 3 de setembro de 2025, após o governador em exercício Laurez Moreira (PSD) ter alterado todos os secretários do primeiro escalão.
A defesa de Thomas Jefferson informou que o ex-secretário “nunca trabalhou para causar qualquer embaraço às investigações” e que sua atuação com o governador se deu apenas como secretário de Estado (veja nota completa abaixo).
Joana Darc Sotero
A mãe de Karynne Sotero e sogra de Wanderlei Barbosa também foi alvo de operação nesta quarta-feira. Investigações apontam que a casa vinculada a Joana seria usada para armazenar malas, caixas e bolsas de interesse da operação. Esse material, conforme a decisão, foi retirado da residência na manhã do dia 3 de setembro, quando a Fames-19 foi realizada.
Cláudia Lélis
Cláudia Lélis em frente a casa da sogra de Wanderlei Barbosa no dia em que a Fames-19 foi deflagrada
Reprodução/Decisão STJ
Conforme apurado pela PF, durante a retirada das malas e caixas da casa da sogra de Wanderlei, a deputada estadual esteve presente. Imagens anexadas na decisão mostram a parlamentar em frente à residência cumprimentando uma pessoa.
Durante a Fames-19, a polícia identificou que Cláudia Lélis (PV) teria procurado Karynne por meio de representantes para destinar uma emenda parlamentar ao Instituto ligado à primeira-dama.
Cláudia informou que foi surpreendida com o cumprimento de mandado desta quarta-feira, “considerando que o fundamento apontado para a medida teria sido uma visita de solidariedade ao governador Wanderlei Barbosa”. Ela ainda afirmou que respeita as instituições e que aguarda para prestar os esclarecimentos (veja nota completa abaixo).
Yhgor Leonardo
O deputado estadual e filho de Wanderlei Barbosa, Yhgor Leonardo, teria sido informado sobre a operação da PF pouco depois de Thomas Jefferson visitar o governador. Segundo a decisão, Leonardo teria sido informado pessoalmente sobre a realização da Fames-19. No dia da operação, ele foi visto na residência de Wanderlei pela manhã e depois na casa de Joana.
Leonardo informou que colabora com as investigações e que “jamais concorreu ou colaborou para atrapalhar quaisquer investigações” (veja íntegra da nota abaixo).
Rérison Antônio Castro
Rérison Castro, filho de Wanderlei Barbosa, também teria sido informado sobre a operação horas antes da PF cumprir os mandados. Ele e Thomas Jefferson são sócios de um escritório de advocacia. O ex-secretário entrou em contato com Rérison após passar na casa de Leonardo, conforme a investigação.
Na noite anterior à operação, Rérison saiu de casa e voltou na madrugada do dia seguinte. Pela manhã, ele saiu e encontrou Leonardo, momento em que foram na casa do pai e da Joana.
Rérison informou que lamenta as acusações infundadas e que colabora com as investigações para demonstrar sua inocência (veja nota completa abaixo).
Mauro Henrique
A Polícia Federal investiga que Mauro Henrique da Silva teria ajudado a tirar as caixas e bolsas da casa da sogra de Wanderlei Barbosa. Conforme apurado pela polícia, ele tinha contato direto com o governador, mostrando uma relação de confiança entre eles.
Mauro também é proprietário formal da chácara do governador em Campo Alegre, no município de Paranã. Na Fames-19, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no imóvel, que estava decorado com objetos pessoais de Wanderlei e Karynne.
O g1 tenta contato com a defesa de Mauro Henrique.
Wander Araújo
O ex-secretário-chefe da Casa Militar, Wander Araújo Vieira, também foi visto retirando bolsas e malas da residência de Joana, sogra de Wanderlei Barbosa. Ele é investigado pela Polícia Federal por atrapalhar as investigações sobre o desvio de cestas básicas.
Por telefone, Wander informou à TV Anhanguera que prestrou todos os esclarecimentos necessários à polícia e que não participou de ações que comprometesse a investigação.
Operação Nêmesis
A Polícia Federal cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins, na manhã desta quarta-feira, para investigar a possível prática de embaraço a investigação de desvio de recursos públicos da Covid-19 e emendas parlamentares utilizadas para compra de cestas básicas durante a pandemia.
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início durante a deflagração da 2ª fase da Operação Fames-19, que afastou Wanderlei Barbosa no início de setembro, pelo prazo de 180 dias. A primeira-dama Karynne Sotero Campos, que era secretária extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada. Os dois negam participação nos fatos investigados.
A PF identificou indícios de que alguns investigados teriam se prevalecido de seus cargos e utilizado veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse da investigação. Isso causou embaraço às investigações, que ainda se encontram em curso e tramitam sob sigilo na Corte Especial do STJ.
A assessoria do governador Wanderlei Barbosa informou que durante as buscas desta quarta-feira foram levados celulares e, por enquanto, não vai se manifestar.
Wanderlei Barbosa e a primeira-dama foram afastados no dia 3 de setembro de 2025. A decisão foi do ministro Mauro Campbell, do STJ, mas depois foi referendada pela Corte Especial do órgão. Os dois são suspeitos de desvios de recursos públicos realizados em 2020 e 2021, momento em que foi declarado estado de emergência em saúde pública por conta da pandemia de Covid-19.
Agentes da PF durante cumprimento de mandado de busca na Operação Nêmeses
Polícia Federal/Divulgação
Veja íntegra das notas dos investigados
Íntegra da nota de Wanderlei Barbosa
O Governador Wanderlei Barbosa recebeu com estranheza mais uma operação da Polícia Federal ao mesmo tempo que aumenta a expectativa pelo julgamento do Habeas Corpus que pode devolvê-lo ao cargo.
Ao mesmo tempo reitera a sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém a sua confiança na justiça e nas instituições.
Íntegra da nota de Karynne Sotero
A primeira-dama Karynne Sotero repele as acusações infundadas de tentativa de embaraço às investigações feitas de forma anônima à Justiça.
Também lamenta a tentativa de intimidação contra seus familiares, inclusive a sua mãe, uma senhora de mais de 75 anos que acabou passando mal e tendo que ser hospitalizada.
Por fim, reitera a sua inteira disposição de colaborar com a Justiça para o esclarecimento dos fatos.
Íntegra da nota de Thomas Jefferson
O advogado e ex-secretário de Participações e Investimentos Thomas Jefferson comunica que nunca trabalhou para causar qualquer embaraço às investigações. Sua atuação junto ao governador Wanderlei Barbosa se deu na condição de secretário de estado, sendo absurdas as tentativas de criminalizar a sua atividade laboral.
Íntegra da nota de Rérison Castro
O advogado Rérison Castro lamenta profundamente as acusações infundadas feitas contra ele. Informa ainda que colabora com as investigações, que vão demonstrar a sua inocência no transcorrer do processo.
Íntegra da nota de Cláudia Lélis
A deputada estadual Cláudia Lelis (PV) foi surpreendida, nesta quarta-feira (12), com o cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e executado pela Polícia Federal (PF).
A parlamentar afirma estar tranquila e confiante em relação às investigações, uma vez que não praticou qualquer conduta ilícita.
Cláudia Lelis destacou, contudo, ter se surpreendido com a operação, especialmente considerando que o fundamento apontado para a medida teria sido uma visita de solidariedade ao governador Wanderlei Barbosa e à primeira-dama Karynne Sotero, sua amiga pessoal, em razão da operação realizada em 03/09/2025 (Operação Fames-19, 2ª fase).
A deputada reitera seu respeito às instituições, em especial ao Poder Judiciário e à Polícia Federal, e aguarda com serenidade a oportunidade de prestar todos os esclarecimentos necessários, confiante de que a verdade será plenamente esclarecida.
Íntegra da nota de Leo Barbosa
O deputado estadual Leo Barbosa informa que colabora com as investigações em curso e que jamais concorreu ou colaborou para atrapalhar quaisquer investigações. Reitera sua total confiança na Justiça e provará sua inocência de todas as acusações no transcorrer do inquérito.
Íntegra da nota da Polícia Militar
A Polícia Militar do Tocantins (PMTO), em resposta à solicitação referente à Operação Nêmesis, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 12, informa que o Coronel Wander Araújo bem como o Sargento Irineu Carvalho, integram os quadros ativos da corporação.
A instituição ressalta que a investigação citada se refere a fatos ocorridos em período em que os Policiais Militares ocupavam funções na Casa Militar.
A PMTO esclarece que não possui acesso aos autos, não sendo possível prestar mais informações no momento, porém se mantém à disposição da justiça para colaborar com o que for necessário.
A corporação reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência em todas as suas ações.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
A Polícia Federal apura o suposto envolvimento de filhos, esposa, sogra, PMs e aliados de Wanderlei Barbosa (Republicanos) para atrapalhar as investigações sobre o desvio de cestas básicas durante a pandemia. Ao todo, 18 pessoas foram alvos da Operação Nêmesis, realizada nesta quarta-feira (12).
Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins. Os documentos foram expedidos pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell.
Na ação desta quarta-feira, foi investigada a possível prática de embaraço à Operação Fames-19, sobre desvio de recursos públicos e emendas parlamentares utilizadas para compra de cestas básicas durante a Covid–19.
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Polícia Federal investiga se ex-secretário alertou governador do TO sobre operação antes de afastamento determinado pelo STJ
Saída às pressas, cofre vazio e celular resetado: PF aponta como governador afastado do TO tentou atrapalhar operação contra desvio de cestas básicas
Veja abaixo quem são os principais investigados
Wanderlei Barbosa, Karynne Soreto, Cláudia Lélis, Leo Barbosa, Rérison Castro e Thomas Jefferson
Ruraltins/Instagram Karynne Sotero/Dicom Aleto/Sebrae/Republicanos
Wanderlei Barbosa
O governador afastado do Tocantins é investigado por desvio de recursos e cestas básicas que seriam usadas para enfrentar as consequências da Covid-19 no Tocantins. Na época da pandemia, Wanderlei era vice-governador e ficou com a atribuição de cuidar da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas).
Conforme a operação desta quarta-feira, o governador seria o principal beneficiário das supostas ações feitas para atrapalhar a Polícia Federal. Ele teria recebido informações sobre a Fames-19, realizada no dia 3 de setembro, na véspera do cumprimento dos mandados. Isso teria feito com que ele saísse de casa às pressas, deixando um cofre aberto e vazio, comida sobre a mesa, uma televisão ligada e um celular, que, segundo a polícia, foi resetado.
A assessoria do governador afastado afirmou, em nota, que Wanderlei Barbosa recebeu com estranheza mais uma operação da Polícia Federal enquanto espera julgamento de recurso no Supremo Tribunal Federal e “ao mesmo tempo reitera a sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém a sua confiança na Justiça e nas instituições” (veja nota completa abaixo).
Karynne Sotero
Karynne Sotero é flagrada pela câmera de segurança saindo de casa após visita de Thomas Gonçalves
Reprodução/Decisão STJ
A primeira-dama também teria se beneficiado das informações passadas às vésperas da operação da Polícia Federal. Segundo a decisão, ela saiu de casa às pressas junto com o governador e a filha.
Na Fames-19, Karynne foi apontada como integrante do núcleo de agentes políticos do esquema de desvio de recursos públicos. Ela também foi citada por ter sido presidente do Instituto que supostamente falsificou a entrega de cestas básicas. Mesmo depois de deixar o cargo de presidente, ela ainda mantinha as chaves do Instituto em seu poder.
A primeira-dama afirmou que “repele as acusações infundadas de tentativa de embaraço às investigações” e reiterou sua disposição em colaborar com a Justiça (veja nota abaixo).
Thomas Jefferson
Thomas Gonçalves é flagrado pela câmera de segurança ao visitar casa de Wanderlei Barbosa horas antes da Operação Fames-19
Arte g1/Reprodução/Decisão STJ
Thomas é ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, nomeado por Wanderlei Barbosa. Ele é investigado por supostamente alertar o governador sobre a Operação Fames-19 horas antes da Polícia Federal cumprir mandados e afastá-lo do cargo.
Segundo apurado pela PF, na noite do dia 2 de setembro de 2025, Thomas foi pessoalmente à casa do governador e da primeira-dama, Karynne Sotero. Após a visita do ex-secretário, o casal deixou o local às pressas. Thomas foi exonerado no dia 3 de setembro de 2025, após o governador em exercício Laurez Moreira (PSD) ter alterado todos os secretários do primeiro escalão.
A defesa de Thomas Jefferson informou que o ex-secretário “nunca trabalhou para causar qualquer embaraço às investigações” e que sua atuação com o governador se deu apenas como secretário de Estado (veja nota completa abaixo).
Joana Darc Sotero
A mãe de Karynne Sotero e sogra de Wanderlei Barbosa também foi alvo de operação nesta quarta-feira. Investigações apontam que a casa vinculada a Joana seria usada para armazenar malas, caixas e bolsas de interesse da operação. Esse material, conforme a decisão, foi retirado da residência na manhã do dia 3 de setembro, quando a Fames-19 foi realizada.
Cláudia Lélis
Cláudia Lélis em frente a casa da sogra de Wanderlei Barbosa no dia em que a Fames-19 foi deflagrada
Reprodução/Decisão STJ
Conforme apurado pela PF, durante a retirada das malas e caixas da casa da sogra de Wanderlei, a deputada estadual esteve presente. Imagens anexadas na decisão mostram a parlamentar em frente à residência cumprimentando uma pessoa.
Durante a Fames-19, a polícia identificou que Cláudia Lélis (PV) teria procurado Karynne por meio de representantes para destinar uma emenda parlamentar ao Instituto ligado à primeira-dama.
Cláudia informou que foi surpreendida com o cumprimento de mandado desta quarta-feira, “considerando que o fundamento apontado para a medida teria sido uma visita de solidariedade ao governador Wanderlei Barbosa”. Ela ainda afirmou que respeita as instituições e que aguarda para prestar os esclarecimentos (veja nota completa abaixo).
Yhgor Leonardo
O deputado estadual e filho de Wanderlei Barbosa, Yhgor Leonardo, teria sido informado sobre a operação da PF pouco depois de Thomas Jefferson visitar o governador. Segundo a decisão, Leonardo teria sido informado pessoalmente sobre a realização da Fames-19. No dia da operação, ele foi visto na residência de Wanderlei pela manhã e depois na casa de Joana.
Leonardo informou que colabora com as investigações e que “jamais concorreu ou colaborou para atrapalhar quaisquer investigações” (veja íntegra da nota abaixo).
Rérison Antônio Castro
Rérison Castro, filho de Wanderlei Barbosa, também teria sido informado sobre a operação horas antes da PF cumprir os mandados. Ele e Thomas Jefferson são sócios de um escritório de advocacia. O ex-secretário entrou em contato com Rérison após passar na casa de Leonardo, conforme a investigação.
Na noite anterior à operação, Rérison saiu de casa e voltou na madrugada do dia seguinte. Pela manhã, ele saiu e encontrou Leonardo, momento em que foram na casa do pai e da Joana.
Rérison informou que lamenta as acusações infundadas e que colabora com as investigações para demonstrar sua inocência (veja nota completa abaixo).
Mauro Henrique
A Polícia Federal investiga que Mauro Henrique da Silva teria ajudado a tirar as caixas e bolsas da casa da sogra de Wanderlei Barbosa. Conforme apurado pela polícia, ele tinha contato direto com o governador, mostrando uma relação de confiança entre eles.
Mauro também é proprietário formal da chácara do governador em Campo Alegre, no município de Paranã. Na Fames-19, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no imóvel, que estava decorado com objetos pessoais de Wanderlei e Karynne.
O g1 tenta contato com a defesa de Mauro Henrique.
Wander Araújo
O ex-secretário-chefe da Casa Militar, Wander Araújo Vieira, também foi visto retirando bolsas e malas da residência de Joana, sogra de Wanderlei Barbosa. Ele é investigado pela Polícia Federal por atrapalhar as investigações sobre o desvio de cestas básicas.
Por telefone, Wander informou à TV Anhanguera que prestrou todos os esclarecimentos necessários à polícia e que não participou de ações que comprometesse a investigação.
Operação Nêmesis
A Polícia Federal cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins, na manhã desta quarta-feira, para investigar a possível prática de embaraço a investigação de desvio de recursos públicos da Covid-19 e emendas parlamentares utilizadas para compra de cestas básicas durante a pandemia.
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início durante a deflagração da 2ª fase da Operação Fames-19, que afastou Wanderlei Barbosa no início de setembro, pelo prazo de 180 dias. A primeira-dama Karynne Sotero Campos, que era secretária extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada. Os dois negam participação nos fatos investigados.
A PF identificou indícios de que alguns investigados teriam se prevalecido de seus cargos e utilizado veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse da investigação. Isso causou embaraço às investigações, que ainda se encontram em curso e tramitam sob sigilo na Corte Especial do STJ.
A assessoria do governador Wanderlei Barbosa informou que durante as buscas desta quarta-feira foram levados celulares e, por enquanto, não vai se manifestar.
Wanderlei Barbosa e a primeira-dama foram afastados no dia 3 de setembro de 2025. A decisão foi do ministro Mauro Campbell, do STJ, mas depois foi referendada pela Corte Especial do órgão. Os dois são suspeitos de desvios de recursos públicos realizados em 2020 e 2021, momento em que foi declarado estado de emergência em saúde pública por conta da pandemia de Covid-19.
Agentes da PF durante cumprimento de mandado de busca na Operação Nêmeses
Polícia Federal/Divulgação
Veja íntegra das notas dos investigados
Íntegra da nota de Wanderlei Barbosa
O Governador Wanderlei Barbosa recebeu com estranheza mais uma operação da Polícia Federal ao mesmo tempo que aumenta a expectativa pelo julgamento do Habeas Corpus que pode devolvê-lo ao cargo.
Ao mesmo tempo reitera a sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém a sua confiança na justiça e nas instituições.
Íntegra da nota de Karynne Sotero
A primeira-dama Karynne Sotero repele as acusações infundadas de tentativa de embaraço às investigações feitas de forma anônima à Justiça.
Também lamenta a tentativa de intimidação contra seus familiares, inclusive a sua mãe, uma senhora de mais de 75 anos que acabou passando mal e tendo que ser hospitalizada.
Por fim, reitera a sua inteira disposição de colaborar com a Justiça para o esclarecimento dos fatos.
Íntegra da nota de Thomas Jefferson
O advogado e ex-secretário de Participações e Investimentos Thomas Jefferson comunica que nunca trabalhou para causar qualquer embaraço às investigações. Sua atuação junto ao governador Wanderlei Barbosa se deu na condição de secretário de estado, sendo absurdas as tentativas de criminalizar a sua atividade laboral.
Íntegra da nota de Rérison Castro
O advogado Rérison Castro lamenta profundamente as acusações infundadas feitas contra ele. Informa ainda que colabora com as investigações, que vão demonstrar a sua inocência no transcorrer do processo.
Íntegra da nota de Cláudia Lélis
A deputada estadual Cláudia Lelis (PV) foi surpreendida, nesta quarta-feira (12), com o cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e executado pela Polícia Federal (PF).
A parlamentar afirma estar tranquila e confiante em relação às investigações, uma vez que não praticou qualquer conduta ilícita.
Cláudia Lelis destacou, contudo, ter se surpreendido com a operação, especialmente considerando que o fundamento apontado para a medida teria sido uma visita de solidariedade ao governador Wanderlei Barbosa e à primeira-dama Karynne Sotero, sua amiga pessoal, em razão da operação realizada em 03/09/2025 (Operação Fames-19, 2ª fase).
A deputada reitera seu respeito às instituições, em especial ao Poder Judiciário e à Polícia Federal, e aguarda com serenidade a oportunidade de prestar todos os esclarecimentos necessários, confiante de que a verdade será plenamente esclarecida.
Íntegra da nota de Leo Barbosa
O deputado estadual Leo Barbosa informa que colabora com as investigações em curso e que jamais concorreu ou colaborou para atrapalhar quaisquer investigações. Reitera sua total confiança na Justiça e provará sua inocência de todas as acusações no transcorrer do inquérito.
Íntegra da nota da Polícia Militar
A Polícia Militar do Tocantins (PMTO), em resposta à solicitação referente à Operação Nêmesis, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 12, informa que o Coronel Wander Araújo bem como o Sargento Irineu Carvalho, integram os quadros ativos da corporação.
A instituição ressalta que a investigação citada se refere a fatos ocorridos em período em que os Policiais Militares ocupavam funções na Casa Militar.
A PMTO esclarece que não possui acesso aos autos, não sendo possível prestar mais informações no momento, porém se mantém à disposição da justiça para colaborar com o que for necessário.
A corporação reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência em todas as suas ações.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
Fonte: G1 Tocantins
