Número de palmenses inadimplentes passa de 44 mil e dívidas somadas podem chegar a R$ 84 milhões

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Especialista explica que para sair do prejuízo, o jeito é entrar em contato com credores para renegociar valores e diminuir juros. Em Palmas, 44 mil pessoas estão negativadas; saiba mais
Honrar compromissos financeiros têm sido um desafio para cerca de 44 mil palmenses. Esse é o número de pessoas que estão com o nome sujo, como se diz popularmente. O dado relativo ao primeiro semestre de 2022 é 13% maior com relação ao mesmo período do ano passado. Somadas, as dívidas podem passar de R$ 84 milhões.
Os dados são de um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Com todas as despesas na ponta do lápis, a dona Coracy Rosa, que é aposentada, se policia para não comprometer o salário. Para manter o nome limpo e não fazer parte dessa estatística, ela determina o valor de que consegue tirar para pagar uma prestação.
“Meu salário era R$ 800, R$ 1 mil na época, então eu pagava R$ 140 de parcelas. Mas se eu fosse comprar outra coisa não passava de R$ 50 porque senão ia ultrapassar os limites”, contou.
Dívidas preocupam comerciantes com relação a vendas de fim de ano
TV Anhanguera/Reprodução
Nem todo mundo consegue manter essa rigidez na hora de comprar. Na loja em que Luiz Solivan é gerente, cerca de 60% das vendas são feitas através do famoso carnê. Ele reconhece que na pandemia muitas pessoas enfrentaram dificuldades financeiras e a loja têm feito mutirões de renegociação para receber os atrasados.
“Temos colocado essa campanha duas ou três vezes ao ano, inclusive está no ar. E a gente está trabalhando com isso, para trazer esse cliente que por algum motivo ficou inadimplente”, explicou o gerente.
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Preocupação
Os dados da inadimplência preocupam comerciantes, já que isso pode refletir nas vendas de fim de ano, de acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas, Silvan Portilho.
“Ele não consegue comprar e mesmo que ele compre, vai ser pagando mais juros do que os outros. Porque hoje nós temos o cadastro positivo, que leva em consideração justamente isso, as pessoas que compram e pagam em dia”, comentou Portilho.
Esse número de inadimplentes pode ser maior, levando em consideração que o nome dos devedores saem dos cadastros após cinco anos.
Para o professor de finanças da PUC-Campinas, Eli Borochovicius, isso acontece mesmo que a pessoa não tenha honrado seu compromisso financeiro. Mas a dica de ouro para sair dessa verdadeira ‘enrascada’ é renegociar a dívida, diz o especialista.
“É importante entrar em contato com o credor e tentar reduzir a taxa de juros honrando seu compromisso financeiro”, ressaltou.
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Fonte: G1 Tocantins