Ex-diretor de campanha de Trump é condenado a quase 4 anos de prisão

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Paul Manafort, ex-diretor de campanha do presidente Donald Trump, foi sentenciado nesta quinta-feira (7) por um tribunal da Virgínia a 47 meses de prisão por acusações de fraude bancária e fiscal.

Manafort, que completa 70 anos em abril, recebeu uma sentença claramente inferior à recomendada pelo Departamento de Justiça, que tinha pedido uma pena de 19 a 24 anos.

Em agosto do ano passado, ele tinha sido condenado por um júri da Virgínia em um processo que correu em Alexandria, cidade deste estado do leste americano, e que atraiu muita atenção da mídia.

Dono de gostos extravagantes que foram revelados no julgamento – ele gastou US$ 15 mil por uma jaqueta de couro de avestruz – desde a sua prisão perdeu um pouco de seu esplendor.

Em uma das audiências, ele apareceu em uma cadeira de rodas vestindo macacão de presidiário. Seus advogados explicaram que ele sofre de gota e que está atormentado por “remorso”, então eles pediram clemência no processo.

O caso de Manafort surgiu da investigação realizada pelo promotor especial Robert Mueller sobre um possível conluio entre a equipe de campanha de Trump e a Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

Em uma dura mensagem dura, o gabinete de Mueller enfatizou a seriedade dos crimes cometidos por Manafort e o fato de que ele repetida e deliberadamente, violou a lei, e pediu uma sentença exemplar para o réu.

Durante a investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, Mueller se interessou pelo papel de Manafort, que liderou a campanha Trump por dois meses, e também tinha ligações com ucranianos ligados a Moscou.

O ex-chefe do FBI descobriu provas de fraudes financeiras anteriores a 2016, entre elas a omissão de mais de 55 milhões de dólares distribuídos em mais de trinta contas no exterior à Receita.

Mueller também que demostrou que Manafort escondeu suas atividades de consultoria para o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukóvich, apoiado por Moscou, o que constitui uma infração às legislações sobre grupos de pressão.

Esta parte do processo é alvo de uma investigação seaprada ante um tribunal federal de Washington.

Manafort aceitou declarar-se culpado e cooperar com Mueller na esperança de obter uma redução de pena, mas, segundo a justiça, ele não cumpriu com o prometido e continuou mentindo aos investigadores, em especial sobre seus vínculos com um antigo sócio chamado Konstantin Kilimnik que, segundo os Estados Unidos, é suspeito de estar vinculado aos serviços de inteligência russos.